terça-feira, 14 de abril de 2009

Saudade tem hora pra acabar?



Eu namorei dois anos e meio. Ela era a amiga hétero de uma amiga também hétero. Estávamos todas na mesma balada, celebrando o meu aniversario. Bebida vai, bebida vem:

- Você é gostosa sabia? – a bebida falava por ela naquele momento, eu acredito.
- Ah... ta curiosa pra saber como é, né? – respondi com um sorriso sacana, e não menos alcoolizado.
- Você quem sabe...

Foi a deixa que eu precisava para roubar um beijo daquela morena. A noite passou e muitos beijos rolaram. Não só com ela e nem ela só comigo. (Observação importante: há poucos dias eu tinha acabado um namorico que me machucou muito).

A balada acabou e um novo dia começou. Na minha cabeça, tudo não passava apenas de um “one night stand”, uma ficada casual. Pra minha surpresa (e alegria) ela se apaixonou perdidamente. O namoro aconteceria em algumas semanas.

O envolvimento dela, porém, não era inteiramente correspondido por mim, que – imatura – não soube encarar um relacionamento de gente grande.

Nos víamos todos os dias e, no começo, era tudo um mar de rosas. Mas o amor dela foi aumentando e o ciúme também. Me sufocava e me instigava a provar que eu ainda era livre.

Já estávamos no sétimo mês de namoro, mais ou menos, quando eu vacilei pela primeira vez. O arrependimento veio logo e eu confessei minha traição, jurando que seria a última. Em nenhum momento ela pensou em acabar comigo. Só chorava. Chorava muito.

Depois disso, nada mais foi igual.

O namoro começou a ficar cada vez pior. O ciúme dela estava num estágio doentio, a desconfiança era tanta que ela chegou a pedir para eu mudar de faculdade e as brigas eram parte da rotina.

Mas, como eu disse antes, minha infantilidade atrapalhou muito e eu vacilei outras vezes. Várias vezes. Ela soube de todas, mas nenhuma pela minha boca (só a primeira).

No meio de tudo isso, acabamos e voltamos tantas vezes que duas mãos não conseguiriam contar. Até que ela pôs um ponto final, que seria definitivo.

Ela começou a sair com outra menina e então – cerca de 1 ano e 8 meses depois – a ficha (finalmente, irmãos!) caiu: eu amava aquela mulher mais do que tudo na minha vida.

Eu batalhei e consegui o que queria. Ela era minha de novo. E eu a tratei como ela merecia ter sido tratada desde o começo.

Mas ela já não me tratava como antes. Estava sempre irritada, com ciúmes de Deus e o mundo, não tínhamos amigos em comum e ela – de fato – havia mudado (no jeito de se vestir, de falar, de se portar...)

Foi numa briguinha besta (besta mesmo, perto das tantas outras que tivemos) ela disse que seria melhor parar por ali. Eu concordei, tava insuportável. Desligamos o telefone (sim, acredite se quiser, foi por telefone!!!!) e dormimos.

Por dias eu não tive notícia dela. Depois de algumas semanas eu a encontro na balada com a mina que mais não vale a pena no mundo*. Nunca mais voltamos, nunca mais nos encontramos e nos falamos pouquíssimas vezes depois disso.

Hoje, quase 7 meses depois do nosso término, ela está namorando uma outra menina, que até parece ser legal, embora não seja a namorada que eu desejaria que ela encontrasse. Eu também estou namorando outra garota, que tem me feito a mulher mais feliz do mundo (depois eu faço um posto dedicado exclusivamente a ela).

Mas eu estaria mentindo se dissesse que eu não penso mais na morena, que eu não sinto saudades e que ela morreu pra mim.

* Não falo isso por inveja, é que ela não vale a pena MESMO! Todo mundo sabe... e eu só não escrevo o nome dessa infeliz aqui pq esse mundo lésbico é um ovo e todas se conhecem! heheheh

4 comentários:

  1. Faz bem em não falar u.u Eternizar o nome da maldita? Nunca! Não posso dizer que entendo como você se sente. Eu costumo dar valor enquanto as tenho e fazer de TUDO pra menosprezar quando vão embora.

    Acho que, pelo menos, você aprendeu algo com isso né? A gente sempre aprende.

    Beijos pra vc :)

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  2. É...

    lembrar sempre acontece...

    mas falar da sua atual namo....
    sempre é mais benito...

    bom...
    espero post...

    passarei sempre...
    vou seguir vc...
    mil beej...

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  3. Realmente só descobrimos quando amamos verdadeiramente quando perdemos a pessoa...minha estória tb foi assim, de idas e vindas mas tive sorte de recuperá-la e hoje posso dizer que continuo sendo a pessoa mais sortuda e amada desse mundo! Ontem completamos 7 anos de casadas..

    Boa sorte para vc, no blog e na vida=)

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  4. um tanto...
    fiquei um tanto sem palavras.

    será mesmo que esse núcleo de mulheres lésbicas é tão pequeno assim?

    Por que então não nos conhecemos.

    Calma, não é cantada, pelo amor de deus, tenho namorada e a amo muito, mas é que, nessa relação bloguista eu me sinto tão bem acompanhada lendo todas vocês que sinto a necessidade de ver em pessoa.

    AH, paciência, eu deva estar me sentindo sozinha.
    E talvez quem sabe. vocês já não me conheçam???

    Cuidem-se.

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